terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A História do Prateado e do Dourado na F1 (1)...

por Renato Breder

É bem comum a expressão “Flechas de Prata” no meio automobilístico. É uma referência aos carros da Mercedes-Benz da década de 30 (séc. XX) que, segundo a lenda, ganharam essa cor numa tentativa última de aliviar seu peso: rasparam a tinta branca “oficial”, para carros alemães, e deixaram as carrocerias na cor dos painéis de alumínio que a formavam. Pronto! Nasceu um mito nas pistas...

Simultaneamente às “Flechas de Prata” (Silberpfeile) da Mercedes-Benz, surgiram também outros carros prateados. Foram apelidados de “Peixes de Prata” (Silberfische) por seu formato característico: os Auto Union. Desde então, sempre aparece um carro prateado nas fileiras da F1.

Mas, e carros dourados? Existiram? Foram muitos?

A intenção do texto a seguir, é exatamente esta: percorrer o histórico do Mundial da FIA (a Formula 1), de 1950 a 2013, detectando quando carros prateados e/ou dourados apareceram.... retirei dessa pesquisa as 11 edições da ‘500 Milhas de Indianapolis’, que faziam parte do Mundial da FIA entre 1950 e 1960.

Vamos apresentando os resultados por décadas...

1950 - 1959

Difícil cravar com 100% de certeza, porque a maioria das fotos é em 'preto & branco', mas...

1950 e 1951

Não detectei nenhum carro prateado ou dourado nesses 2 anos.

1952

Pode ser que o primeiro carro prateado a surgir no grid da F1 tenha sido uma ‘AFM 6 Küchen’ de Hans Stuck ou um ‘Veritas RS’ de Toni Ulmen, no GP da Suiça, em Bremgarten. Não encontrei fotos da Veritas de Ulmen...

No GP seguinte, da Bélgica, em Spa-Francorchamps, Arthur Legat, com seu 'Veritas Meteor 6', parece ter pilotado outro carro prateado... ou seria branco?



Deve ser mencionado, também, o carro de Stirling Moss nesse GP da Bélgica. Um ‘ERA G Bristol’ que não era exatamente prateado, mas quase... Em Silverstone, Zandvoort e Monza, Moss apareceu novamente com o carro ‘quase prateado’...


Para o GP da Alemanha desse ano, em Nürburgring, a lista foi bem grande de Veritas, AFMs e BMWs... estes podem ter sido carros prateados ou brancos, que era a 'cor oficial de competição' dos carros da Alemanha... Pelo que dá para "deduzir" das fotos 'p&b', pela tonalidade do cinza nelas, parece que havia tanto carros brancos como prateados de cada uma das marcas...



1953

De novo, Arthur Legat participou no GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps, com sua 'Veritas Meteor 6' (branca ou prateada?).

No GP da Alemanha, em Nürburgring, uma porção de Veritas, AFMs, BMWs e uma EMW... praticamente todos prateados.





Uma AFM participou ainda do GP da Itália, pilotada pelo veterano Hans Stuck.



1954

Neste ano, indubitavelmente, carros prateados no grid...

A Mercedes-Benz trouxe seus carros de volta às competições de Grand Prix, agora F1, com o mesmo esquema de cores dos anos 30: prateado... Em ambas as versões - rodas cobertas e descobertas - o ‘W196’ foi marcante na F1...

As ‘W196’ participaram de apenas 6 dos 9 GPs da temporada, os 6 últimos. Em Reims (na estréia) e Silverstone, apenas a versão ‘Strömlinienwagen’ (rodas cobertas) participou. Em Bremgarten, apenas a versão com as rodas descobertas.
Nos demais GPs – Nürburgring, Monza e Pedralbes – ambas as versões estiveram presentes na pista.




Os demais carros alemães desapareceram do grid do GP da Alemanha deste ano, exceto por uma ‘Klenk Meteor BMW’ (uma Veritas Meteor modificada), de Hans Klenk, pilotada por Theo Helfrich, que parece ter sido prateada...



1955

As ‘Mercedes-Benz W196’, nesse ano, reinaram sozinhas como carros prateados...

Apenas no GP da Itália, em Monza, a versão ‘Strömlinienwagen’ apareceu... e venceu o GP, com Juan Manuel Fangio ao volante! Em todos os demais GPs, a versão com as rodas descobertas reinou absoluta... exceto em Mônaco, onde a
Ferrari de Maurice Trintignant venceu as apostas no principado...

O time alemão ainda teve o “reforço de luxo” de Stirling Moss...



1956

Um ano sem brilho – prateado ou dourado - na F1...

1957

Após a ‘Tragédia de Le Mans 1955’, o prateado só retornou, timidamente, à F1 no GP da Alemanha desse ano com 3 'Porsche 550RS': 2 de fábrica (Umberto Maglioli e Edgar Barth) e um terceiro da ‘Ecurie Maarsbergen' de Carel Godin de Beaufort.





1958

Em apenas 2 GPs, Holanda e Alemanha, apareceram carros prateados: o ‘Porsche 550RS' de De Beaufort, na Holanda e Alemanha, e o 'RSK' de Barth, na Alemanha.





1959

Nos GPs de Mônaco, da Holanda, da Alemanha e dos EUA, Porsches prateados estiveram presentes...






Lembrando que, no final de semana do GP da Alemanha, Jean Behra morreu num acidente a bordo de um Porsche (prateado), nos treinos para uma corrida de carros esporte. Wolfgang Von Trips, que pilotaria um 'Porsche 718' naquele GP, desistiu da prova por causa do acidente de Behra.



7 comentários:

Anônimo disse...

Uau!!
Valeu, André!!

Obrigado pelo espaaaaaaço.... hehehe...

Mas ficou grande mesmo, hein?


um abraço,
Renato Breder

Rui Amaral Jr disse...

Dourados?!
Nos EUA um monte, aqui no Brasil lembro acho que o Lorena de meu amigo Expedito Marazzi, pintado por seu filho Gabriel com ColorGin, ainda outro dia riamos disso! Na F.Um aquela Lotus cafonérrima que o Emerson correu, o modelo e lugar prefiro que o Caranguejo diga!!!

Abs André

André Candreva disse...

Breder,

fico ótimo sim...

e pode usar o espaço quando quiser...

abs...

André Candreva disse...

Valeu Rui...

abs...

Marcelonso disse...

André e Renato,

Que beleza de série, uma verdadeira aula sobre a história do esporte a motor.

Parabens aos dois!


abs

Jaime Boueri disse...

André...

... te dizer, que baita pesquisa.

Parabéns pelo resultado.

Não deve ter sido fácil reunir fotos, fatos, criar os textos, conferir, conferir de novo, montar as postagens...

Muito bom!

André Candreva disse...

Jaime,

obrigado pelo comentário mas os créditos pelo excelente trabalho são do amigo Renato Breder...

abs...