Piers Courage - Brabham BT26A (Frank Williams Racing Cars) - GP da Espanha - circuito de Montjuïc Park - 1969
5 comentários:
Anônimo
disse...
o visual do carro é esquisito. deve ser um dos pirmeiros a usar os aerofolios. a minha curiosidade fica por conta do frank williams usar um chassi brabham pois sempre imaginei ele construindo seu proprio carro. o motor me parece ser o coswortt e tem o detalhe do radiador em cima do motor. tudo muito curioso nessa imagem. Luciano H. Guess
Foto rara do Williams com patrocínio. Primórdios (para a F1) do uso de aerofólios. Estranho que não se usem aerofólios dianteiros, nos anos que se seguiram.
Em 1968, os aerofólios, ou asas, ou spoilers, enfim, esse aspecto aerodinâmico foi introduzido na F1. Ao que parece a inspiração veio do outro lado do Atlântico... se não me engano, já havia aparecido aerofólios nos carros na "Formula Indy" (o nome não era esse mas serve de referência).
Pelo que pude rastrear, foi no GP de Mônaco daquele ano que primeiro apareceu um spoiler numa Lotus 49B. Era uma solução bem elegante, simples e que cobria parte do motor, um spoiler na traseira, e uma pequena asa na dianteira (fixa).
Depois disso, já no GP seguinte (Bélgica), McLaren, Brabham, Ferrari trouxeram suas respectivas versões dos apêndices aerodinâmicos. O da McLaren era uma "cópia tímida" da Lotus e Brabham e Ferrari inovaram com uma asa elevada erguida sobre "colunas" (hastes) esbeltíssimas. Daí em diante outras equipes foram aderindo à nova moda...
E já naquele ano, surgiu também o DRS! Isso mesmo. Em alguns casos, havia alavancas no cockpit com as quais o próprio piloto regulava o ângulo de ataque das asas. A Ferrari tinha, talvez, o sistema mais sofisticado. Era semi-automático, a angulação das asas era regulada automaticamente pela marcha em que o carro estivesse. Semi-automática porque o piloto poderia cancelar manualmente essa regulagem. O mundo não se cansa de reciclar idéias!
Já no final de 1968 e para 1969, as asas, como mostra a foto do post, eram bem elevadas e as estruturas que as sustentavam eram bem finas (ou esbeltas, ou delgadas). Era um grande chamariz para acidentes. Nem todas as equipes utilizavam a asa dianteira como a Brabham de Piers Courage. A Lotus, por exemplo, variava de acordo com a pista. Na primeira etapa em 1969 (África do Sul) ela usou asa dianteira e traseira. Na segunda etapa, em Montjuic na Espanha, a asa era apenas a traseira.
Durante a corrida, a haste de sustentação da asa da Lotus de Graham Hill colapsou e ele bateu com o nariz do carro no guard-rail na volta 9. Passadas 11 voltas, o mesmo aconteceu com a Lotus de Jochen Rindt e, praticamente, no mesmo ponto do circuito. A pancada foi mais impressionante que a de Hill e Rindt acabou achatando ainda mais seu nariz chato...
* acidente de Hill: https://continentalcircus.files.wordpress.com/2009/05/1969grahamhilllotusmontjuich.jpg https://www.motorsportmagazine.com/wp-content/uploads/2019/05/1969_spanish_grand_prix_graham_hill_crash.jpg
* acident de Rindt: https://i.pinimg.com/originals/b5/58/08/b55808161c9f111af759ac262b27a59f.jpg https://i.pinimg.com/originals/83/12/07/8312076d91d794ddbf24691508bcfc11.jpg https://soymotor.com/sites/default/files/usuarios/redaccion/portal/mmunoz/accidente_jochen_rindt_8.jpg
Para o GP seguinte, em Mônaco, já se cogitava a proibição das asas elevadas, pelo risco que representavam. A decisão foi tomada apenas depois da primeira sessão de teinos livres em Monte Carlo. Houve restrição quanto ao tamanho (largura) dos aerofólios e proibição deles serem elevados. O visual aerodinâmico dos carros de F1 começou a migrar para o formato mais conhecido por nós hoje em dia, a partir disso.
Quase sempre, a F1 aprendendo só quando leva uma pancada...
Quanto à Brabham da equipe 'Frank Williams Racing Cars', foi uma... digamos... rasteira, que Tio Frank deu em Jack Brabham e Ron Tauranac. O fato é que Jack não queria vender um carro a Frank, exceto se o carro fosse utilizado apenas na F2. Frank usou o BT26A na F2, mas, acabou usando na F1 também...
Este GP da Espanha foi a estréia de Frank Wiliams na F1. No GP seguinte, o de Mônaco, Courage alcançou seu melhor resultado na F1 (repetiria esse resultado no GP dos EUA). Frank, já em seu segundo GP na F1, tem um piloto seu no pódio. O resto é outra história..
Renato obrigado pelos esclarecimentos. quanto aprendizado aqui no por dentro dos boxes. entoa Frank deu rasteira? tempos depois ele levaria rasteira tambem. Luciano H. Guess
5 comentários:
o visual do carro é esquisito. deve ser um dos pirmeiros a usar os aerofolios. a minha curiosidade fica por conta do frank williams usar um chassi brabham pois sempre imaginei ele construindo seu proprio carro. o motor me parece ser o coswortt e tem o detalhe do radiador em cima do motor. tudo muito curioso nessa imagem. Luciano H. Guess
Foto rara do Williams com patrocínio. Primórdios (para a F1) do uso de aerofólios. Estranho que não se usem aerofólios dianteiros, nos anos que se seguiram.
Em 1968, os aerofólios, ou asas, ou spoilers, enfim, esse aspecto aerodinâmico foi introduzido na F1. Ao que parece a inspiração veio do outro lado do Atlântico... se não me engano, já havia aparecido aerofólios nos carros na "Formula Indy" (o nome não era esse mas serve de referência).
Pelo que pude rastrear, foi no GP de Mônaco daquele ano que primeiro apareceu um spoiler numa Lotus 49B. Era uma solução bem elegante, simples e que cobria parte do motor, um spoiler na traseira, e uma pequena asa na dianteira (fixa).
==>> https://i.pinimg.com/originals/45/0a/76/450a760c746cfb68d08b8d515c1fe056.jpg
Depois disso, já no GP seguinte (Bélgica), McLaren, Brabham, Ferrari trouxeram suas respectivas versões dos apêndices aerodinâmicos. O da McLaren era uma "cópia tímida" da Lotus e Brabham e Ferrari inovaram com uma asa elevada erguida sobre "colunas" (hastes) esbeltíssimas. Daí em diante outras equipes foram aderindo à nova moda...
E já naquele ano, surgiu também o DRS! Isso mesmo. Em alguns casos, havia alavancas no cockpit com as quais o próprio piloto regulava o ângulo de ataque das asas. A Ferrari tinha, talvez, o sistema mais sofisticado. Era semi-automático, a angulação das asas era regulada automaticamente pela marcha em que o carro estivesse. Semi-automática porque o piloto poderia cancelar manualmente essa regulagem. O mundo não se cansa de reciclar idéias!
Já no final de 1968 e para 1969, as asas, como mostra a foto do post, eram bem elevadas e as estruturas que as sustentavam eram bem finas (ou esbeltas, ou delgadas). Era um grande chamariz para acidentes. Nem todas as equipes utilizavam a asa dianteira como a Brabham de Piers Courage. A Lotus, por exemplo, variava de acordo com a pista. Na primeira etapa em 1969 (África do Sul) ela usou asa dianteira e traseira. Na segunda etapa, em Montjuic na Espanha, a asa era apenas a traseira.
Durante a corrida, a haste de sustentação da asa da Lotus de Graham Hill colapsou e ele bateu com o nariz do carro no guard-rail na volta 9. Passadas 11 voltas, o mesmo aconteceu com a Lotus de Jochen Rindt e, praticamente, no mesmo ponto do circuito. A pancada foi mais impressionante que a de Hill e Rindt acabou achatando ainda mais seu nariz chato...
* acidente de Hill:
https://continentalcircus.files.wordpress.com/2009/05/1969grahamhilllotusmontjuich.jpg
https://www.motorsportmagazine.com/wp-content/uploads/2019/05/1969_spanish_grand_prix_graham_hill_crash.jpg
* acident de Rindt:
https://i.pinimg.com/originals/b5/58/08/b55808161c9f111af759ac262b27a59f.jpg
https://i.pinimg.com/originals/83/12/07/8312076d91d794ddbf24691508bcfc11.jpg
https://soymotor.com/sites/default/files/usuarios/redaccion/portal/mmunoz/accidente_jochen_rindt_8.jpg
Para o GP seguinte, em Mônaco, já se cogitava a proibição das asas elevadas, pelo risco que representavam. A decisão foi tomada apenas depois da primeira sessão de teinos livres em Monte Carlo. Houve restrição quanto ao tamanho (largura) dos aerofólios e proibição deles serem elevados. O visual aerodinâmico dos carros de F1 começou a migrar para o formato mais conhecido por nós hoje em dia, a partir disso.
Quase sempre, a F1 aprendendo só quando leva uma pancada...
Quanto à Brabham da equipe 'Frank Williams Racing Cars', foi uma... digamos... rasteira, que Tio Frank deu em Jack Brabham e Ron Tauranac. O fato é que Jack não queria vender um carro a Frank, exceto se o carro fosse utilizado apenas na F2. Frank usou o BT26A na F2, mas, acabou usando na F1 também...
Este GP da Espanha foi a estréia de Frank Wiliams na F1. No GP seguinte, o de Mônaco, Courage alcançou seu melhor resultado na F1 (repetiria esse resultado no GP dos EUA). Frank, já em seu segundo GP na F1, tem um piloto seu no pódio. O resto é outra história..
um abraço,
Renato Breder
"Enciclobreder", impressionante! Tá bom demais esse Por Dentro dos Boxes.
Renato obrigado pelos esclarecimentos. quanto aprendizado aqui no por dentro dos boxes. entoa Frank deu rasteira? tempos depois ele levaria rasteira tambem. Luciano H. Guess
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