A primeira foto é em Mônaco... A terceira pode ser em qualquer lugar... nem imagino!
Já a segunda, deixo um relato...
Na 2a foto do post, depois de um bom zoom, dá para ler no troféu: "Aintree" e "Grand Prix d'Europe".
É o troféu pela vitória - compartilhada - de Tony Broks e Stirling Moss no Grande Prêmio da Grã-Bretanha de Formula 1, em 1957. Naquele ano, pelo rodízio da "honraria", esse GP recebeu o título de GP da Europa.
Esses dois pilotos mais Stuart Lewis-Evans formavam o trio de pilotos da Vanwall naquele GP. Moss pilotou o VW1 (#18), Brooks o VW4 (#20) e Lewis-Evans o VW5 (#22).
Num grid 3-2-3-2, Moss foi o pole position e Brooks alinhou na 1a fila na outra extremidade, em 3o. Lewis-Evans largou na terceira fila, em 6o, tendo à sua frente, um pouco à direita, Juan Manuel Fangio em sua Maserati (4o, segunda fila), e duas filas imediatamente à sua frente, Moss.
Moss estava liderando a corrida desde a largada. Ele começou a estranhar o comportamento de seu carro e foi para os pits. A equipe, então, sinalizou para Brooks entrar nos pits. Lá foi efetuada a troca de pilotos (ou de carros). Isso ao final do primeiro terço da corrida (lá pela volta 30).
O carro #18 de Moss, pilotado agora por Brooks, foi até a volta 52 quando um problema no 'Magneto' forçou o abandono do carro.
O carro #22 de Lewis-Evans, que chegou a formar brevemente uma dobradinha com Moss na liderança da corrida, terminou o GP classificado em 7o a 8 voltas do(s) vencedor(es). Um problema no cabo do acelerador frustou seus (e da equipe) planos de chegar ao pódio.
O carro #20 de Brooks, pilotado por Moss desde a volta 30, foi o vencedor. De quebra, a melhor volta da prova foi estabelecida por Moss, no carro de Brooks (volta 55).
Foi a primeira vitória no Mundial da FIA (de Formula 1) de um carro britânico. Conquistada por pilotos britânicos em solo britânico.
Foi a terceira e última vez que uma vitória foi compartilhada por 2 pilotos no Mundial ada FIA. As outras duas foram> França 1951 (Fangio & Fagioli, pela Alfa Romeo) e Argentina 1956 (Fangio & Musso pela Lancia-Ferrari).
Nesse caso, Tony Brooks está com o rosto sujo... comeu poeira, digo graxa e óleo, da Maserati 250F de Juan Manuel Fangio, o vencedor do GP.
Apenas os dois terminaram na mesma volta (Brooks 25 segundos atrás do argentino). O terceiro colocado, Masten Gregory, só conseguiu completar 103 das 105 voltas da prova...
Nesse GP, Stirling Moss pilotou uma Maserati 250F e Mike Hawthorn pilotava uma Lancia-Ferrari D50. Ambos, além de Peter Collins (Lancia-Ferrari 801), abandonaram a corrida na volta 5, envolvidos num acidente.
Na saída do Túnel, Moss passou reto na chicane e "destroçou" uma barreira atirando destroços na pista. Collins #26, desviando dos destroços, acabou colidindo com a barreira externa da pista, quase dando um mergulho no mar...
Fangio e Brooks, que vinham atrás, conseguiram evitar o carro de Collins. Com a manobra dos dois, Hawthorn, #28, acertou a Vanwall de Brooks por trás, perdeu uma roda (dianteira direita) e acabou estacionado ao lado do carro de Colllins.
Na volta 93, Hawthorn retornou ao volante de uma Lancia-Ferrari, a 801 de Wolfgang Von Trips, mas apenas por 3 voltas. O alemão retomou a condução na volta 96 mas não chegou a completá-la...
Por isso Moss e Hawthorn estão limpinhos na foto do post...
Olá amigos, Na foto 1, vale a reflexão: Mike Hawthorn e Stirling Moss, ambos ingleses e com a mesma idade (nascidos em 1929). Mike foi campeão mundial de F1 em 1958. Moss nunca o foi. Nesse ano de 1958, Mike decide abandonar as pistas devido à sequência de acidentes fatais dos pilotos Luigi Musso e logo depois Peter Collins). Mas Mike continua no campeonato e se torna campeão mundial. Retira-se das pistas mas encontra a morte no ano seguinte, 1959, em um acidente de rua. É constante o arquivo fotográfico mostrando Mike Hawthorn usando gravata borboleta e o macacão de corrida, um autêntico e verdadeiro gentleman-driver. luizborgmann
Olá amigos, Os pilotos com a "cara preta" nos levam a uma análise técnica superficial, o do consumo elevado de óleo lubrificante (queima na câmara). Evidentemente, tudo tem a ver com folgas e tolerâncias dos motores de competição da época. Ainda hoje, quando você leva um motor para retífica objetivando o uso em competições, você determina (se quiser) a folga entre pistão x cilindro, guias de válvulas, etc. Muito se vê, em motores com alto grau de preparação, logo ao fazê-lo funcionar, uma barulheira das peças móveis, que vai diminuindo à medida do aquecimento (dilatação térmica)cujas folgas internas diminuem. Aí aparece o consumo de óleo. Estamos falando em centésimos de milímetro, mas cuja diferença se faz sentir na pista. A menor durabilidade do motor é a consequência. Nos rostos de cara preta, isto era originado principalmente nos tubos de escape dos monopostos da época, que ficavam na parte traseira em um plano mais elevado, bem na altura da cabeça do piloto que vinha seguindo atrás. luizborgmann
Olá amigos, Dentista. Essa era a profissão de Tony Brooks quando entrou no automobilismo. Logo foi apelidado de "dentista voador" pela imprensa inglesa. Aqui no Brasil também tivemos alguns dentistas no automobilismo, entre eles Olicio dos Santos (PR) que participou da Formula Ford e Aiser Hehn(RS) que se dedicou ao Campeonato de Turismo. luizborgmann
Protesto contra o Breder: sua precisão é humilhante! Brincadeira à parte, uma filosofia rasteira: essas fotos não são apenas de pilotos de outros tempos. São homens de outros tempos. Nós, blogueiros apaixonados pelo automobilismo, não somos habituados à força física e ao desgaste que esses caras enfrentavam. Hoje damos toques leves nas telas de nossos smartphones e o mais violento que podemos fazer é "atacar" o teclado do computador. Acredito que esses caras viveram vidas e morreram mortes muito mais interessantes do que as nossas...
E a tecnicalidade do Borgmann nos dá a entender, à vera, o que é que acontecia com os carros e motores. Eu não fazia idéia de que os motores meio que "mudam-de-tamanho" ao funcionar. Valeu!
8 comentários:
esse era um tempo em que o piloto corria pela paixao que tinha pela velocidade. enfrentar os riscos com pouca seguranca (ou nenhuma) era pra poucos
marconni
A primeira foto é em Mônaco...
A terceira pode ser em qualquer lugar... nem imagino!
Já a segunda, deixo um relato...
Na 2a foto do post, depois de um bom zoom, dá para ler no troféu: "Aintree" e "Grand Prix d'Europe".
É o troféu pela vitória - compartilhada - de Tony Broks e Stirling Moss no Grande Prêmio da Grã-Bretanha de Formula 1, em 1957. Naquele ano, pelo rodízio da "honraria", esse GP recebeu o título de GP da Europa.
Esses dois pilotos mais Stuart Lewis-Evans formavam o trio de pilotos da Vanwall naquele GP. Moss pilotou o VW1 (#18), Brooks o VW4 (#20) e Lewis-Evans o VW5 (#22).
Num grid 3-2-3-2, Moss foi o pole position e Brooks alinhou na 1a fila na outra extremidade, em 3o. Lewis-Evans largou na terceira fila, em 6o, tendo à sua frente, um pouco à direita, Juan Manuel Fangio em sua Maserati (4o, segunda fila), e duas filas imediatamente à sua frente, Moss.
Moss estava liderando a corrida desde a largada. Ele começou a estranhar o comportamento de seu carro e foi para os pits. A equipe, então, sinalizou para Brooks entrar nos pits. Lá foi efetuada a troca de pilotos (ou de carros). Isso ao final do primeiro terço da corrida (lá pela volta 30).
O carro #18 de Moss, pilotado agora por Brooks, foi até a volta 52 quando um problema no 'Magneto' forçou o abandono do carro.
O carro #22 de Lewis-Evans, que chegou a formar brevemente uma dobradinha com Moss na liderança da corrida, terminou o GP classificado em 7o a 8 voltas do(s) vencedor(es). Um problema no cabo do acelerador frustou seus (e da equipe) planos de chegar ao pódio.
O carro #20 de Brooks, pilotado por Moss desde a volta 30, foi o vencedor. De quebra, a melhor volta da prova foi estabelecida por Moss, no carro de Brooks (volta 55).
Foi a primeira vitória no Mundial da FIA (de Formula 1) de um carro britânico. Conquistada por pilotos britânicos em solo britânico.
Foi a terceira e última vez que uma vitória foi compartilhada por 2 pilotos no Mundial ada FIA. As outras duas foram> França 1951 (Fangio & Fagioli, pela Alfa Romeo) e Argentina 1956 (Fangio & Musso pela Lancia-Ferrari).
um abraço,
Renato Breder
Ops!!
Em tempo...
Dando um 'zoom' na FOTO 1, deu para reconhecer os cartazes do GP de Mônaco de 1957, vistos na mureta à esquerda dos pilotos.
Havia duas imagens (dois cartazes) coladas alternadamente na mureta... São estas aqui, confiram:
==>> http://40.media.tumblr.com/f1e2ef1d5f6e1a1895636f30f8d04180/tumblr_n7zu9dSsmR1qi73s5o1_1280.jpg
==>> http://imagecache5d.allposters.com/watermarker/7-755-PJXZ000Z.jpg
Nesse caso, Tony Brooks está com o rosto sujo... comeu poeira, digo graxa e óleo, da Maserati 250F de Juan Manuel Fangio, o vencedor do GP.
Apenas os dois terminaram na mesma volta (Brooks 25 segundos atrás do argentino). O terceiro colocado, Masten Gregory, só conseguiu completar 103 das 105 voltas da prova...
Nesse GP, Stirling Moss pilotou uma Maserati 250F e Mike Hawthorn pilotava uma Lancia-Ferrari D50. Ambos, além de Peter Collins (Lancia-Ferrari 801), abandonaram a corrida na volta 5, envolvidos num acidente.
Na saída do Túnel, Moss passou reto na chicane e "destroçou" uma barreira atirando destroços na pista. Collins #26, desviando dos destroços, acabou colidindo com a barreira externa da pista, quase dando um mergulho no mar...
Fangio e Brooks, que vinham atrás, conseguiram evitar o carro de Collins. Com a manobra dos dois, Hawthorn, #28, acertou a Vanwall de Brooks por trás, perdeu uma roda (dianteira direita) e acabou estacionado ao lado do carro de Colllins.
==>> http://40.media.tumblr.com/506464d800f3a26a1f055927b82f169a/tumblr_mzin31vEj21rfjw94o1_1280.jpg
Na volta 93, Hawthorn retornou ao volante de uma Lancia-Ferrari, a 801 de Wolfgang Von Trips, mas apenas por 3 voltas. O alemão retomou a condução na volta 96 mas não chegou a completá-la...
Por isso Moss e Hawthorn estão limpinhos na foto do post...
outro abraço,
Renato Breder
Olá amigos,
Na foto 1, vale a reflexão: Mike Hawthorn e Stirling Moss, ambos ingleses e com a mesma idade (nascidos em 1929). Mike foi campeão mundial de F1 em 1958. Moss nunca o foi. Nesse ano de 1958, Mike decide abandonar as pistas devido à sequência de acidentes fatais dos pilotos Luigi Musso e logo depois Peter Collins). Mas Mike continua no campeonato e se torna campeão mundial. Retira-se das pistas mas encontra a morte no ano seguinte, 1959, em um acidente de rua. É constante o arquivo fotográfico mostrando Mike Hawthorn usando gravata borboleta e o macacão de corrida, um autêntico e verdadeiro gentleman-driver.
luizborgmann
Olá amigos,
Os pilotos com a "cara preta" nos levam a uma análise técnica superficial, o do consumo elevado de óleo lubrificante (queima na câmara). Evidentemente, tudo tem a ver com folgas e tolerâncias dos motores de competição da época. Ainda hoje, quando você leva um motor para retífica objetivando o uso em competições, você determina (se quiser) a folga entre pistão x cilindro, guias de válvulas, etc. Muito se vê, em motores com alto grau de preparação, logo ao fazê-lo funcionar, uma barulheira das peças móveis, que vai diminuindo à medida do aquecimento (dilatação térmica)cujas folgas internas diminuem. Aí aparece o consumo de óleo. Estamos falando em centésimos de milímetro, mas cuja diferença se faz sentir na pista. A menor durabilidade do motor é a consequência. Nos rostos de cara preta, isto era originado principalmente nos tubos de escape dos monopostos da época, que ficavam na parte traseira em um plano mais elevado, bem na altura da cabeça do piloto que vinha seguindo atrás.
luizborgmann
Olá amigos,
Dentista. Essa era a profissão de Tony Brooks quando entrou no automobilismo. Logo foi apelidado de "dentista voador" pela imprensa inglesa. Aqui no Brasil também tivemos alguns dentistas no automobilismo, entre eles Olicio dos Santos (PR) que participou da Formula Ford e Aiser Hehn(RS) que se dedicou ao Campeonato de Turismo.
luizborgmann
Protesto contra o Breder: sua precisão é humilhante!
Brincadeira à parte, uma filosofia rasteira: essas fotos não são apenas de pilotos de outros tempos. São homens de outros tempos.
Nós, blogueiros apaixonados pelo automobilismo, não somos habituados à força física e ao desgaste que esses caras enfrentavam. Hoje damos toques leves nas telas de nossos smartphones e o mais violento que podemos fazer é "atacar" o teclado do computador.
Acredito que esses caras viveram vidas e morreram mortes muito mais interessantes do que as nossas...
E a tecnicalidade do Borgmann nos dá a entender, à vera, o que é que acontecia com os carros e motores. Eu não fazia idéia de que os motores meio que "mudam-de-tamanho" ao funcionar. Valeu!
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