quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Nostalgia urbana (X) - Jeep Willis/Ford - 1968

Amigos, depois de alguns meses o Nostalgia Urbana está de volta. E em grande estilo com o Jeep Willis/Ford ano 1968 que "encontrei" pelas ruas da cidade.

É um exemplar bem conservado e pelo ano de fabricação foi estampado pelo "novo" fabricante: A Ford, que no final de 1966 adquiriu a Willys Overland do Brasil.

Um pouco da história:


O Jeep Willys é um automóvel utilitário produzido no Brasil entre 1957 e 1983, inicialmente pela empresa Willys Overland do Brasil (1957 - 1968) e daí em diante pela Ford (1968 - 1983 Jeep Ford).

Posteriormente o Jeep tornou-se um dos carros preferidos para a prática do fora de estrada.

Possui diversas configurações de carroceria, distância entre eixos, motorizações, câmbio e transmissões. Há versões de 2 e 4 portas, 4x2 e 4x4, com rodas livres manuais e automáticas entre outros.

O Jeep Willys aparece nos registros da Anfavea como primeiro utilitário nacional, por isso mesmo é o primeiro a entrar na história do setor no capítulo reservado aos comerciais leves na Subcomissão de Jipes, Tratores, Caminhões e Automóveis, criada em 1952 pelo governo Getúlio Vargas e que seria o embrião do GEIA, Grupo Executivo da Indústria Automobilística que mais tarde, sob a gestão de Juscelino Kubitschek, comandaria a implantação da indústria automobilística nacional.

Herói dos campos de batalha na Segunda Guerra Mundial, o Jeep Universal foi uma das máquinas que ajudou a dar a vitória aos Aliados. Devidamente abrasileirado e já com os pára-lamas e capô arredondados, chegou ao mercado brasileiro antes da Romi-Isetta. Foi lançado pela Willys-Overland do Brasil em 24 de fevereiro de 1954, enquanto o Romi-Isetta, polemicamente o primeiro automóvel nacional (discutível) só seria lançado em 5 de setembro de 1956.

Foi o veículo que impulsionou o desenvolvimento do interior brasileiro. Desbravou os sertões ainda desprovido de estradas. Levou às mais longínguas paragens tudo o que existia de melhor nesse país. Um guerreiro...

Num País que ainda hoje se ressente da qualidade das suas estradas o primeiro utilitário tinha 95,19% do seu peso nacionalizado e topava qualquer terreno. Sua tração nas quatro rodas e reduzida, aliadas à grande resistência mecânica e baixa manutenção, tornaram-no o carro ideal para o Brasil dos anos 50, onde a esmagadora maioria dos caminhos não tinha pavimentação - eram em terra. Isso talvez explique porque de 1954 a 1960 a Willys brasileira vendeu 54.314 Jeep, ou seja, 74,85% de todos os 72.563 veículos que produziu no período, aí incluídos a Rural Willys 4x4 e 4x2,

O Jeep, um dos mais famosos veículos fora-de-estrada da história, foi usado intensamente pelo exército norte-americano durante a segunda guerra mundial. Desenvolvido, inicialmente, pela empresa Bantam, seu projeto foi repassado para a Willys que, após o final da guerra, percebeu que o veículo também era cobiçado pela população civil. Quando se instalou no Brasil, em 1954, a Willys Overland começou a produzir o modelo CJ-5, equipado com o primeiro motor nacional de 6 cilindros e potência de 90 cv, durante o período de 1957 a 1968.

Quando a Willys Overland do Brasil foi adquirida pela Ford, em 1968, a produção do Jeep teve continuidade. Em 1976 o Jeep Ford recebeu o motor do Maverick (4 cilindros) e sua produção foi encerrada em 1983.

Ficha técnica:

Motor – Willys BF-161, 6 cilindros em linha,
carburador de corpo simples a gasolina;
Potência – 90 cv a 4.000 rpm;
Torque – 18,6 kgfm a 2.000 rpm;
Carroceria – Comprimento: 3.444 mm, Largura: 1.699 mm, 
Altura: 1.733;
Peso – 1.146 kg;

Tração – integral;

Freios – a tambor nas quatro rodas;

Câmbio – manual de quatro velocidades.

6 comentários:

Augusto dos Anjos - Lafaiete/MG disse...

Meu pai teve um desse ai. Foi onde eu aprendi a dirigir. Relembrei minha infância. Parabéns pela matéria.

Miguel Carvalho/Belo Horizonte disse...

Caro André, essa narrativa sobre o Jeep me fez recordar minha adolescência no interior de MG onde tive a oportunidade de aprender a dirigir em um veículo semelhante a esse aí da foto. Meu saudoso pai foi meu amigo e instrutor. Parabéns;

Saulo Oliveira/Barbacena-MG disse...

ja tive um jeep e me arrendo de tê-lo vendido. Excelente materia. André, vc é demais.

Anônimo disse...

Candreva, legal a matéria
e vem ai!!!
5ª Expedição JEEPROFETAS

Um abraço

Tarol

José Carlos Gomes disse...

Candreva, legal a matéria
e vem ai!!!
5ª Expedição JEEPROFETAS

Um abraço

Tarol

Carlos Miranda - Recife/PE disse...

o jeep foi um bravo neste país gigante. boa homenagem.