quarta-feira, 10 de julho de 2013

Captain Nice...


Este era um dos apelidos de MARK NEARY DONOHUE. Nem podia ser diferente. No mundo da velocidade, cheio de olhares ameaçadores, calculistas ou mesmo hostis, Donahue estava sempre com um sorriso curioso, uma expressão divertida no rosto bochechudo. Não parecia perigoso, mas pilotando... 

Mark começou a correr em 1957 com um Corvette. Estava com 22 anos e logo iria graduar-se em Engenharia Mecânica, conhecimento que lhe daria uma vantagem extra sobre os concorrentes.

Nos anos 60, ajudado pelo piloto Walt Hansgen, participa de sua primeira 12 Horas de Sébring (1965) com uma Ferrari 275. Também consegue bons resultados na SCCA nas Classes B e C. Em 1966 estréia nas 24 Horas de Le Mans com um Ford GT40, mas quebra logo no início (parceria com Paul Hawkins). Em 1967, de volta à pista francesa, corre em dupla com outro grande conhecedor de carros, Bruce McLaren, com quem não se entende bem, mas obtém uma 4ª colocação. Nesse ano nos Estados Unidos, tem início sua participação na Trans-Am Series, disputando pela Equipe de Roger Penske. Vencerá na categoria por três oportunidades, no biênio 68-69 com um Camaro e em 71 com um AMC Javelin.  

Versátil, atua ainda na Canadian American Challenge Cup (Can-Am) e sobra tempo para participar das 500 Milhas de Indianápolis. Seu contato com a Fórmula 1 ocorre em 1971, em Mosport Park, quando leva seu McLaren M19 a uma terceira colocação, atrás apenas de Jackie Stewart e Ronnie Peterson (campeão e vice daquela temporada), um grande resultado para um estreante. Nos anos seguintes porém, irá focar no automobilismo doméstico, com grandes resultados. Vence em Indianápolis, 1972, com o McLaren M16-Offy (primeira vitória da Equipe Penske na tradicional prova) e desenvolve o fantástico Porsche 917/30, o “Can-Am Killer”, um dos mais intimidadores carros de competição do mundo. Com o 917/30 vence tranquilamente o campeonato de 73 e depois de outra conquista pioneira, o IROC Series, torneio que reunia os melhores  pilotos  das  Américas  e  da  Europa  em  um desafio com carros iguais (no caso o Porsche RSR), decide aposentar-se. Mas será trazido de volta às pistas pelo velho parceiro, Roger Penske, em seu novo projeto, a Fórmula 1. 

O novo Penske PC1, estréia com Donahue ao volante no GP do Canadá de 1974. Mas a meta é fazer toda a temporada de 75. Esse era o grande desafio para Mark. O Penske mostra-se difícil de acertar. Nas nove provas iniciais, são quatro quebras e os melhores resultados são um 5º lugar em Anderstorp e um 7º em Buenos Aires. Isso faz com a Penske Racing abandone o projeto e enquanto prepara um novo modelo, continua competindo, com um March 751. 

Na estréia, no GP de Silverstone, Donohue é o quinto. Abandona em Nurburgring e está participando do warm-up do GP da Áustria quando um pneu furado o faz sair da pista. Sem controle, voa por sobre os rails e atinge dois fiscais e bate em uma placa publicitária.

Socorrido, o piloto não parece especialmente machucado. Está consciente e parece apenas tonto pela batida. Levado ao hospital para exames, ele desmaia e só então os médicos percebem a extensão da tragédia. Mark sofreu traumatismo craniano ao bater a cabeça na placa publicitária. Ele entra em coma e morre dois dias depois. 

Permaneceu seu legado, de piloto rápido, o grande conhecimento do meio mecânico e além das conquistas, o recorde mundial de velocidade, estabelecido em Talladega oito dias antes de seu falecimento, com o Porsche 917/30: 221,120 mph (355, 858 km/h), marca que durou onze anos.

Caranguejo...

5 comentários:

luizborgmann disse...

Olá André,
Bacana este post ao homenagear aqueles que se foram, deixando tristeza aos que ficaram. Muitos abandonaram o esporte, cansados de andar no fio da navalha. O carro, nada mais é, do que um objeto mecânico, sujeito a falhas ou erros de quem o conduz. Apenas um reparo: Donohue, e não co0mo constou.
luiz borgmann

Rui Amaral Jr disse...

Boa Caranguejo, a dupla Mark e Roger foi campeã em tudo que entrou, depois na F.Um veio a tragédia!

André Candreva disse...

Luiz,

correção já feita...

abs...

luizborgmann disse...

Alô amigo Caranguejo,
Com a observação de Rui Amaral Jr pude melhor observar que o excelente texto é de sua autoria. Parabéns caro amigo conterrâneo gaúcho.
luiz borgmann

Anônimo disse...

É sempre bom ser prestigiado pelo Luiz Borgmann, um dos "Notáveis" do automobilismo no sul.
Caranguejo