terça-feira, 16 de junho de 2020

Out...

Gianfranco Brancatelli e seu Kauhsen WK durante a primeira etapa da temporada de 1979 da 'Aurora AFX British F1', em Zolder - Bélgica 

12 comentários:

Anônimo disse...

na certa mais um piloto pagante e com chassi/motor alugado. Esse ai nunca ouvi falar. Quantas provas será que ele tentou correr? Luciano H. Guess

walter disse...

Essa foto é do fundo do baú.

O Willy Khausen foi tão bem sucedido nos protótipos, mas na F1 foi um fiasco.

Esse era um tempo divertido, com dezenas de equipes, buscando a glória, com criatividade e coragem.

Anônimo disse...

Walter, esse Willy Khausen era alemão? Ele mesmo que desenvolveu o chassi? o motor devia ser o cowsorth certo? Luciano H. Guess

Paulo Moreira disse...

Desse nunca ouvi falar, tanto o piloto como a equipa.

Abraço

visitem: https://estrelasf1.blogspot.com/

Anônimo disse...

Gosto muito das histórias das pequenas, ou nanicas, da F1.

Então senta que lá vem história...

O empresário alemão Willy (Willibald) Kauhsen, de Aachen, estava no automobilismo ja há muitos anos. Após sportscar e F2, em 1979 ele entrou para a Fórmula 1 com um carro de sua própria construção (baseado na Lotus 78), usando o motor Ford Cosworth V8 e a transmissão Hewland, e que seguia as tendências gerais de design de 1977 com uma pitada de 1978.

Após "perder" as primeiras 4 etapas da temporada, o time estréia no GP da Espanha. Sua equipe - Willi Kauhsen Racing Team - contava com dois carros no paddock: o WK/004, que passou a maior parte do tempo desmontado (carro reserva), e o WK/005. Segundo Kauhsen, os chassis 001, 002 e 003 foram protótipos que acabaram descartados.

No treino de Sexta-feira de manhã o WK/005 pegou fogo quando foi ligado "no tranco". Após controlar o fogo, os mecânicos correram contra o tempo para tanto montar o 004 quanto limpar o 005. Acabaram conseguindo limpar o carro "incendiado" e foram com ele para o treino da tarde, cujos tempos valiam para a formação do grid (era uma primeira parte do qualifying). Gianfranco Brancatelli marcou um tempo de 1'25.82, que era o 26o e penúltimo tempo da sessão, mais de 5 segundos atrás do 25o. O último tempo coube a Arturo Merzario com 1'41.00, a bordo de seu Merzario A3 (piloto-construtor) que enfrentou problemas e foi colocado de lado para o Sábado. Merzario só andou 5 voltas e Brancatelli apenas 7.

No sessão do qualifying no Sábado, Brancatelli melhorou em 2.6 segundos o seu tempo, marcando 1'23.24, no entanto desceu uma posição: 27a e última do qualifying. Já Merzario marcou um tempo mais "real", agora no seu carro reserva (Merzario A1B), 1'20.46, mas... acabou em penúltimo (26o) no qualifying. Em outras palavras, ambos não se qualificaram para a corrida.

Já no GP da Bélgica, a história se repetiu. Brancatelli acabou ficando com o 28o e último tempo no qualifying, marcado no treino de qualificação de Sexta-feira. Neste treino (Sexta), Merzario marcou o 25o tempo (o primeiro fora do grid de 24 carros), e no Sábado ele melhorou em 3.4 segundos acabando em 26o no grid! De novo, ambos não se qualificaram para a corrida.

Foi o fim para Willi Kauhsen e sua equipe.

Curioso é que no GP seguinte, o de Mônaco, Brancatelli tentou pre-qualificar um carro do Team Merzario e acabou não conseguindo.

Arturo Merzario... por quê?

Bom, depois dessas duas tentativas frustradas, o velho Kauhsen se cansou da F1 e abandonou a brincadeira. Arturo Merzario viu nisso uma oportunidade para dar um "update" em sua equipe e adquiriu os espólios da WKRT.

Curiosa a "agitação" do Team Merzario naquele ano. Ele começou a temporada de 1979 com um chassis de 78 adaptado, o A1B (ou A2 em algumas fontes). Na quarta etapa estreou o A3, apenas em treinos. E dois meses depois do GP da Bélgica, no GP da Grã-Bretanha, o time rebaixou o A3 para carro reserva e estreou o A4, indo com ele até o final da temporada, mas não conseguindo sequer uma qualificação para corrida com este carro.

Segundo reza a lenda, o Merzario A4 era apenas BASEADO no chassis do Kauhsen WK. Mas, comparando ambos, realmente parece ser o mesmo carro após uma leve maquiagem... se for assim, nasceu torto e morreu torto...

A única aparição razoável em corrida que este carro teve foi no Grande Prêmio Dino Ferrari, que era extra-campeonato, em Imola, em 1979. Não surpreende que o carro tenha terminado em 11o... o último entre os carros que completaram o GP.

Comparem:
* WK x A4
==>> https://drivetribe.imgix.net/brMygymfTDujZxktgOWhKQ?w=2000&h=1006&fm=webp&auto=compress&lossless=true&fit=crop&crop=faces
==>> https://pbs.twimg.com/media/DYCzD8rXcAAPlQn.jpg


Opa! Ficou grande...

um abraço,
Renato Breder

Por Dentro dos Boxes disse...

Breder,

que aula amigo. Obrigado a você e aos demais que tem prestigiado este espaço.

Abs

André

Anônimo disse...

André (e demais leitores),

depois de escrever TODO aquele texto sobre a Kauhsen, é que percebi o número do carro: 39. Acontece que Gianfranco Brancatelli "pilotou" um Kauhsen na F1 com o número 36!

Fui buscar mais informações e descobri que a primeira aparição de um carro Kauhsen se deu em 1o de Abril de 1979. E foi na primeira etapa da temporada 1979 da 'Aurora AFX British F1', em Zolder! O Grande Prêmio da F1 foi apenas em 28 de Abril.

Gianfranco Brancatelli pilotou o WK/004, largou em 8o, num grid de 22 carros e abandonou após apenas 2 voltas. E seu carro tinha o número 39.

Segundo consta no OldRacingCars.com, O WK/004 foi o carro utilizado na qualificação para o GP da Espanha de F1 (e não o WK/005). E o WK/005 foi utilizado apenas em treino não válido para o grid na Espanha (pegou fogo, lembra?) e foi este o carro usado no GP da Bélgica da F1.

Logo, a foto do post é da 1a etapa da temporada 1979 da F1 Britânica, ou 'Aurora AFX British F1', e o carro é o WK/004. Não é da 6a etapa do Mundial de F1...

Nada que contrarie a "história" relatada em meu primeiro comentário...

Aqui mais informações:

* Resultados da 1a etapa da F1 britânica de 1979:
==>> https://www.oldracingcars.com/results/result.php?RaceID=B79A

* Fotos da 1a etapa:
==>> https://fotos.miarroba.com/fo/c165/2155E6B6162355E21FB32A55E21C1B.jpg
==>> https://fotos.miarroba.com/fo/8fe3/2555E6B6112655E21FAD2E55E21C16.jpg
==>> https://fotos.miarroba.com/fo/96f5/285A3CDD05305A384EFD285A38430A.jpg

* Primeira foto acima usada no cartaz da 10a etapa:
==>> https://fotos.miarroba.com/fo/2a32/295A3CDD0F335A384F09295A384314.jpg

* Histórico dos carros:
WK/004
==>> https://www.oldracingcars.com/kauhsen/wk/004
WK/005
==>> https://www.oldracingcars.com/kauhsen/wk/005


outro abraço,
Renato Breder

Por Dentro dos Boxes disse...

Breder (Enciclopédia),

você tem toda razão. E já corrigi o texto no post.

E seguimos aprendendo por aqui...

Obrigado amigo...

Abraços...

Anônimo disse...

Renato eu agradeço por sua explicação. E todos aqui vamos aprendendo mais com vcê. E o blog é muito bom visito todos os dias. Luciano H. Guess

Walter disse...

Ficamos por dentro de tudo, aqui no "Por Dentro": sensacional!

EncicloBreder é um show e enriquece uma historia tão legal.

Para os mais jovens, imaginem 27 carros no treino, equipes muito diversificadas, fascinante.

Outro detalhe: Ingo Hoffman andou de F3 européia na equipe de Willy Khausen, sendo companheiro de equipe de Eddie Cheever.

O WKRT foi campeão do mundo de protótipos, andando de Alfa Romeo.

walter disse...

Ôps, digitei f3, mas é Fórmula 2.

E o outro piloto da equipe Willy Khausen era o Klaus Ludwig.

Por Dentro dos Boxes disse...

Exatamente Walter,

assim como você, o Breder e demais amigos, vamos ficando "por dentro de tudo" aqui sobre a F-1...

Abs